BLOG – Guia de Instrumentais Cirúrgicos
Procedimentos cirúrgicos em pequenos animais envolvem o uso de instrumental que, se corretamente utilizado, pode impactar de forma positiva no sucesso da cirurgia. Parte do trabalho do cirurgião veterinário, e também do auxiliar veterinário, é conhecer cada um desses instrumentos, assim como a sua correta utilização e manutenção.
São muitas as técnicas cirúrgicas utilizadas rotineiramente em cães e gatos, e, com o desenvolvimento de novas especialidades, tem aumentado a demanda por instrumentais e equipamentos específicos.
No entanto, existe um conjunto de instrumentais básicos que deve, na maioria das vezes, estar presente na mesa cirúrgica. Segundo a professora de cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Dra. Maria Claudia Inglez de Souza, uma caixa cirúrgica básica para procedimentos em tecidos moles deve conter:
1- Cabos de bisturi (no. 3 ou 4): O primeiro recebe lâminas menores para incisões mais delicadas, e o segundo lâminas maiores.
2 – Tesoura Cirúrgica romba/aguda: As tesouras são instrumentos de corte, podendo ter pontas rombas, agudas, ou uma combinação de ambas, utilizadas tanto para manobras de diérese quanto para corte de fios.
3 – Tesoura Mayo: Muito utilizadas na rotina cirúrgica, possuem lâminas mais robustas e são indicadas para a diérese de tecidos mais densos.
4 – Tesoura Metzenbaum: Consideradas menos traumáticas ,são indicadas para a diérese de tecidos mais delicados.
5 – Pinças anatômicas: Utilizadas principalmente para preensão de tecidos e vasos sanguíneos.
6 – Pinças dente de rato: Indicada para o pinçamento de tecidos ou para tração de aponeuroses.
7 – Pinças hemostáticas Halsted ou mosquito (reta e curva): São pinças menores e mais delicadas, utilizadas para pinçamento de vasos e confecção de hemostasia.
8 – Pinças hemostáticas Kelly ou Crile: As primeiras possuem ranhuras até a metade das lâminas, enquanto que as pinças Crile possuem ranhuras por toda a extensão das lâminas. São utilizadas para pinçamento de vasos e pedículos vasculares, realizando o esmagamento dos tecidos.
9 – Pinças Allis: Geralmente são utilizadas para a preensão de musculatura.
10 – Pinças Backaus: Utilizadas na fixação dos panos de campo cirúrgico no paciente.
11- Afastadores de Farabeuf: indicados para o afastamento manual dos tecidos
12 – Porta-agulhas: Empregados na síntese dos tecidos.
De acordo com o procedimento e a necessidade, outros materiais especiais podem ser acrescentados, como diferentes pinças ou afastadores, por exemplo.“Outros materiais como fios de sutura, agulhas, gazes, compressas, panos de campo e aventais são de consumo e na maioria das vezes descartáveis”, explica a doutora Claudia Inglez.
Principais cuidados para com os instrumentais cirúrgicos.
A utilização dos instrumentais cirúrgicos requer alguns cuidados, entre eles, a sua correta manipulação. “Para tanto se faz necessário observar a adequada empunhadura no momento de uso”, explica a doutora Claudia Inglez. “Deve-se também respeitar a finalidade original, ou seja, não se deve utilizar, por exemplo, tesouras delicadas (como a Metzenbaum) para cortar fios ou estruturas mais robustas”, completa.
Após a sua utilização, os instrumentos devem ser lavados imediatamente para a remoção de sangue, fluidos e restos teciduais. “Após o ressecamento dessas substâncias, torna-se difícil sua remoção, além de poder danificar a superfície dos materiais”, observa Inglez.
A limpeza do instrumental pode ser feita utilizando-se ultrassom, detergentes apropriados e lavadoras específicas, de acordo com as orientações do fabricante. Para a limpeza manual, podem ser utilizadas escovas com cerdas macias (e não metálicas). Os instrumentos devem, então, serem secos sobre toalhas.Também é importante realizar uma inspeção minuciosa quanto a manchas e resíduos.
“Feito isso, os instrumentais podem então ser adequadamente acondicionados para o processo de esterilização e estarão prontos para serem utilizados novamente”, completa Inglez. “Os cuidados apropriados com a higienização e a correta manipulação irão promover maior longevidade e funcionalidade do instrumental”.
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Fontes: https://www.cpt.com.br/artigos/principais-instrumentos-utilizados-na-cirurgia-de-pequenos-animais
http://www.ufrgs.br/blocodeensinofavet/ensino/tecnica-cirurgica/instrumental