Voce conhece a nova Presidente do Grupo de Diretrizes de Vacinação da WSAVA?

Leia a entrevista na integra:

Você poderia se apresentar aos nossos membros?

Sou professora aposentada de medicina interna de pequenos animais e doenças infecciosas da Universidade Estadual Paulista (UNESP) no Brasil.

Você poderia resumir sua carreira?

Eu me formei como veterinária pela Universidade de São Paulo (USP), Brasil, depois fiz um programa de residência de 2 anos em clínica médica e cirurgia de pequenos animais lá. Após terminar meu mestrado, trabalhei na Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Araçatuba, lecionando clínica médica de pequenos animais e doenças infecciosas. Fiz meu doutorado na USP e fiz pós-doutorado na Faculdade de Medicina da USP, fazendo pesquisas sobre leishmaniose, e no Laboratório de Doenças Infecciosas da Dra. Janet Foley, na UC Davis, nos EUA. Trabalhei na UNESP por 26 anos, de onde me aposentei em 2018 como Professor Associado e Vice-Reitor da Faculdade de Medicina Veterinária.

Após minha aposentadoria, mudei-me para São Paulo, onde continuo um programa ativo de educação continuada em vacinologia e manejo de doenças infecciosas e transmitidas por vetores no Brasil e em outros países da América Latina. Meu foco de pesquisa são doenças infecciosas em cães e gatos.

Você está envolvida com a WSAVA há muito tempo. Como é que tudo começou?

Quando o VGG iniciou um projeto regional na América Latina em 2016, o professor Michael Day me convidou para fazer parte do grupo como membra regional. Eu deveria deixar o grupo no final do projeto, mas o professor Day me convidou para ingressar no VGG como membra plena. Em 2019, tornei-me Copresidente do Comitê Científico, juntamente com o Dr. Frédéric Gaschen, mas me afastei em 2022 para dedicar meu tempo ao VGG. Sou membra do conselho do projeto AFSCAN da Fundação WSAVA desde 2020.

Por que o trabalho do VGG é tão importante?

Nossas Diretrizes Globais de Vacinação, juntamente com as de outros grupos de especialistas, enfatizam a importância de abandonar a política de pratica de vacinação de “padrão único” para considerar a interferência de anticorpos de origem materna; a duração da imunidade de diferentes vacinas e riscos de doenças infecciosas, adaptando as necessidades de vacinação ao indivíduo. Essa abordagem foi adotada em muitos países, levando a indústria a desenvolver formulações de vacinas alinhadas com essas recomendações, incluindo produtos de componentes individuais ou restritos e vacinas essenciais com duração de imunidade de 3 anos.

Isso ainda não aconteceu na América Latina. No entanto, enquanto os países latino-americanos tradicionalmente seguem uma prática de vacinação anual para todos os animais, com vacinas contendo até 12 antígenos essenciais e não essenciais, observamos mudanças positivas em resposta ao nosso projeto regional, principalmente no Brasil, onde os veterinários ajustaram suas protocolos, especialmente para cachorros e gatinhos, com base nas nossas recomendações.

O VGG está lançando uma versão atualizada de suas Diretrizes Globais de Vacinação ainda este ano? O que os membros devem esperar?

Sim, submetemos o manuscrito ao Journal of Small Animal Practice em junho e pode ser publicado antes da WSAVA 2023 em Lisboa em setembro. A atualização de 2023 apresenta várias mudanças dignas de nota. Estes incluem uma definição revisada de vacinas ‘essenciais’; a adição de uma nova seção abordando anticorpos de origem materna; uma discussão defendendo a vacinação de filhotes de cães e gatos com vacinas básicas selecionadas com mais de 26 semanas de idade, em vez de esperar até 12-16 meses; seções atualizadas sobre tipos de vacinas e vacinas em abrigos e santuários e uma lista expandida de perguntas frequentes.