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BLOG-Síndrome braquicefálica: podemos fazer algo?

26 de maio de 2022

O termo “Síndrome braquicefálica (ou “Síndrome Braquicefálica Obstrutiva das Vias Aéreas” refere-se a um conjunto de afecções do trato respiratório superior, decorrente da conformação do crânio das raças braquicefálicas. Tal corformação corresponde a um encurtamento do crânio, especificamente da cavidade nasal. As principais raças braquicefálicas mais comumente afetadas são os Buldogues franceses e ingleses e Pugs. A condição também ocorre em felinos da raça Persa, Himalaia e Burmês. Enquanto a porção óssea foi propositadamente encurtada mediante seleção reprodutiva, os tecidos moles continuaram na mesma proporção, motivo pelo qual as pregas cutâneas são observadas na face nessas raças. Da mesma forma, os tecidos moles pertencentes às vias aéreas superiores também se encontram em excesso em relação à parte óssea.

Assim, podem ser observadas narinas estenosadas, turbinados projetando-se caudalmente à cavidade nasal, alongamento do pálato mole, uma língua desproporcionalmente grande, além de alterações secundárias que vão ocasionar aumento da resistência à passagem do ar. As consequências vão desde alguns roncos, estertores e estridores, até a obstrução completa da via aérea.

Dependo do grau de alterações, bem como da cronicidade, os animais apresentam sinais como intolerância ao exercício, cansaço fácil, salivação, engasgos, alterações de termorregulação, colapso e óbito. Além do comprometimento respiratório, alterações digestivas podem ser observadas, como regurgitação e vômito. A qualidade do sono também é um aspecto comumente afetado pela condição.

O diagnóstico é feito baseado nas manifestações clínicas nessas raças, e complementado mediante inspeção sob sedação ou anestesia leve (para avaliar palato, faringe e laringe). Endoscopia é útil para avaliação da cavidade nasal, e tomografia computadorizada para avaliação dos tecidos moles e tórax. Radiografias auxiliam na avaliação do diâmetro traqueal, bem como na presença de doença do parênquima pulmonar.

O tratamento visa desobstruir a via aérea, e técnicas cirúrgicas descritas incluem a abertura das narinas mediante ressecção da prega alar, e ressecção do palato mole alongado. Caso haja alterações como eversão dos sáculos laríngeos e de tonsilas, a excisão deve ser avaliada individualmente.

O prognóstico varia com a gravidade e cronicidade da enfermidade, bem como da presença de alterações secundárias como a pneumonia por aspiração, mas no geral os pacientes respondem bem à intervenção cirúrgica.

Como medidas adicionais, mas não menos importantes, estão o controle da obesidade, evitar situações estressantes e ambientes quentes, pois esses animais possuem sérias dificuldades de termorregulação.

A identificação precoce dessas alterações pode ser crucial para o sucesso do tratamento, trazendo mais conforto e qualidade de vida para esses pacientes.

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