Segundo turno da eleição do CRMV-SP
Matéria publicada pela Revista Clinica Veterinária em 01 abril 2024
O segundo turno das eleições ao CRMV-SP acontecerá no dia 10 de abril de 2024.
Clínica Veterinária entrevistou os candidatos das duas chapas concorrentes. O intuito é contribuir com o processo de escolha dos nossos colegas de São Paulo, trazendo mais informações a respeito das chapas, de seus integrantes e propostas.
Ambos os candidatos à presidência foram contatados e os representantes aceitaram participar da entrevista com perguntas iguais e extensões de texto semelhantes para suas respostas, bem como com os prazos. Para valorizar o espaço e o objetivo desta divulgação, houve consenso em se ater às propostas das próprias chapas, sem menções às da chapa concorrente.
1-Quem é o candidato à presidência e qual sua experiência profissional?
Chapa 3 – Evolução
Daniela Pontes Chiebao é médica-veterinária, pesquisadora científica da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, onde coordena projetos para resolução de demandas atuais do agronegócio e auxilia em programas de controle de enfermidades. A formação de pós-doutora e a docência na pós-graduação demonstram sua prática acadêmica. Atua em gestão pública como diretora substituta do Centro de Pesquisa e Sanidade Animal do Instituto Biológico.
Chapa 4 – Inovar para transformar
Fábio Manhoso é médico-veterinário, formado pela Unimar, onde exerce a docência e a coordenação do curso. Bacharel em Direito pela Unimar, tem especialização em homeopatia, e mestrado e doutorado em medicina veterinária preventiva pela Unesp. É atual vice-presidente do CRMV-SP e presidente licenciado da Comissão de Educação em Medicina Veterinária do CRMV-SP. Atuou como presidente da Comissão de Residência em Medicina Veterinária do CFMV e é membro da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde/MEC.
2-Quem é o candidato à vice-presidência e qual sua experiência profissional?
Chapa 3 – Evolução
Carolina Saraiva Filippos de Toledo é médica-veterinária pela USP. É autônoma, pós-graduada em cirurgia ortopédica de pequenos animais e cofundadora e ex-sócia administradora da Clínica Vet Klabin. Tem experiência em gestão financeira e de pessoas, com participação ativa na melhoria dos processos internos e na redução dos custos operacionais. Foi membro da comissão de pequenos animais do CRMV-SP em 2018 e atua na área de clínica médica e cirúrgica de cães e gatos há mais de 20 anos.
Chapa 4 – Inovar para transformar
Rosemeire Viola Bosch é médica-veterinária e zootecnista pela FMVZ/USP e pós-graduada em medicina de felinos e em perícia médico-veterinária. É consultora, mestre e doutora em ciências pela FMVZ/USP, coordenadora do Curso de Especialização em Medicina de Felinos da Anclivepa-SP e colaboradora da disciplina de Ética e Deontologia da FMVZ/USP. Atualmente exerce a função de tesoureira geral no CRMV-SP e preside a Comissão de Responsabilidade Técnica.
3-Quem é o candidato a tesoureiro e qual sua experiência profissional?
Chapa 3 – Evolução
Rodrigo Soares Mainardi é médico-veterinário com 22 anos de experiência executiva na área veterinária e publicações em revistas nacionais e internacionais. Foi proprietário da rede Aldeia dos Bichos, gerenciou a implantação da marca Vet Scan, é RT da maior feira e congresso veterinário do país e professor de cursos de pós-graduação. Foi conselheiro, e, por suas ideias inovadoras, indicado para a tesouraria do CRMV durante a pandemia, modernizando todo o processo à época.
Chapa 4 – Inovar para transformar
Felipe Consentini é médico-veterinário pela Unifeob, com domicílio em Sorocaba. Tem pós-graduação em reprodução de bovinos e MBA em gestão de empresas pela FGV. É conselheiro suplente do CRMV-SP, onde preside a Comissão Técnica de Gestão, além de membro da Comissão de Fiscalização. Atua como tesoureiro da AMVIP e vice-presidente da Feveresp, entidade que representa a classe entre as associações do estado. É consultor de gestão de empresas para o mercado veterinário, focado em gestão financeira.
4-Quem é o candidato a secretário-geral e qual sua experiência profissional?
Chapa 3 – Evolução
Ana Helena Pagotto Stuginski é médica-veterinária, mestre e doutora em ciências. Atuou durante 15 anos na área de pesquisa em instituições de ponta no desenvolvimento de testes moleculares para doenças neoplásicas, parasitárias e infecciosas em seres humanos e animais. Hoje atua exclusivamente na área de clínica médica de cães e gatos no interior de São Paulo e partilha das demandas que comprometem o setor atualmente.
Chapa 4 – Inovar para transformar
Fernando Gomes Buchala é médico-veterinário pela UFRJ, domiciliado em São José do Rio Preto, com atuação na Secretaria de Agricultura do Estado de SP. Tem mestrado e doutorado em medicina veterinária preventiva pela Unesp e pós-doutorado pela University of Georgia e University of Maryland nos Estados Unidos. Atualmente exerce a função de Secretário Geral no CRMV-SP, acompanhando a rotina de gerenciamento das atividades administrativas e preside a Comissão do Agronegócio.
5-Qual a importância/diferencial de cada uma das propostas?
Chapa 3 – Evolução
A proposta 1 – ações de retribuição – visa equilibrar a utilização racional de recursos arrecadados pelo conselho com o retorno de benefícios aos inscritos, por meio da oferta de amplo clube de benefícios e certificado digital gratuito, por exemplo, justificando o valor da anuidade e outras cobranças.
Na 2ª proposta – modernização da comunicação – pretendemos proporcionar ferramentas mais atualizadas e abrangentes para melhoria da resolução de dúvidas e solicitações, além de fortalecer a orientação e a divulgação de ações, já que o acesso ao conselho é uma reclamação constante dos inscritos.
Com a proposta 3 – ampliação de rede de saúde mental e acolhimento – esperamos oferecer maior consistência nas ações de suporte emocional após perdas e luto, além de prevenção do estresse inerente às carreiras, considerada estratégia urgente frente aos números crescentes de perdas de profissionais.
A criação de plataforma online de extensão em fluxo contínuo – da proposta 4 – servirá para desempenhar a missão de orientação do conselho. Com cursos, workshops e treinamentos sobre assuntos pertinentes à formação dos profissionais, em interface virtual, será proporcionado crescimento e comprovação dos conhecimentos. Será um avanço da promoção de conteúdo disponível atualmente pelo site do conselho.
A fiscalização no âmbito digital é uma demanda constante de melhoria pelos profissionais. Nossa proposta 5 consiste em ampliar o quadro de fiscais e investir em sistemas informatizados e aplicativos para facilitar denúncias e acompanhamento de processos envolvendo a atuação nas esferas presenciais e virtuais.
A proposta 6 é de Incremento da articulação junto ao CFMV e legisladores por meio do envio constante de estudos e projetos para aprimorar a legislação, em especial nos temas: revisão do valor e descontos da anuidade visando desonerar o inscrito, isenção-maternidade, avaliação de cursos de graduação e implementação do Exame de Certificação Nacional para egressos, regulamentação de planos de saúde, utilização de inteligência artificial, telemedicina, Cannabis medicinal no âmbito da medicina veterinária, entre outros.
Com a proposta 7 – oferecer medidas de mitigação de judicialização e valorização profissional – queremos realizar análise retrospectiva dos processos éticos que servirá de base para elaboração de instruções preventivas aos profissionais visando excelência técnica e melhoria na qualidade das relações de prestação de serviço.
A proposta nº 8 – regulamentação do atendimento domiciliar – é sobre a elaboração definitiva de subsídios para fomentar a realização correta dessa prática, com bom senso, pensando no bem-estar animal e avaliando os riscos, resguardando o profissional. Essa pauta ainda não foi organizada ou tramitada no conselho.
Para aumentar o enfoque nas áreas de vigilância, meio ambiente, epidemiologia, indústrias de alimentos e defesa animal, nossa proposta 9 é de atuação na prevenção de zoonoses. Queremos trabalhar com as instituições competentes para melhorar a divulgação de informações de enfermidades prevalentes e negligenciadas, além de buscar alternativas para o fortalecimento dos profissionais atuantes.
Todas as propostas descritas estão voltadas para a valorização do médico-veterinário e do zootecnista, o que se resume na proposta 10, que descreve um cronograma de ações nas mídias, com foco na reconstrução de conceitos e na educação da sociedade sobre a relevância das profissões na promoção da saúde, além de indicadores para avaliação dos resultados.
Destacar os diferenciais das nossas propostas é crucial, mas igualmente importante é o compromisso de implementá-las rapidamente. Sem essa postura, os desafios se acumulam, tornando a gestão insustentável. As transformações em nossas profissões refletem as mudanças na sociedade como um todo, tanto do ponto de vista mercadológico quanto tecnológico. Fica claro, a partir da análise das propostas de todas as chapas que participaram do primeiro turno, que há a consciência dos desafios enfrentados pela medicina veterinária e zootecnia atualmente. Alguns desses desafios são históricos, mas cada vez mais surgem novos e impactantes desafios, impulsionados pelas novas tecnologias e pelas mudanças no mercado.
Prioridades são essenciais. Entendemos que o trabalho do Conselho é complexo, refletindo as muitas e heterogêneas demandas, mas é preciso sempre ter em mente que os tempos estão mudando de uma forma muito acelerada. Um posicionamento forte em relação à celeridade na implementação de medidas impactantes é fundamental para o desenvolvimento das classes que o nosso Conselho Regional representa.
Chapa 4 – Inovar para transformar
Desburocratização das ações – As propostas estão embasadas em dois vértices principais: aproveitar os resultados obtidos na experiência dos integrantes da chapa, cuja atuação impactou todos os setores do conselho; e atrair novos “colegas-colaboradores” a participar do processo de desburocratização dos trâmites, a fim de desenvolver e praticar planejamentos estratégicos que agilizem as atividades do conselho.
Comunicação estratégica – Praticar e facilitar o entendimento, que é o grande desafio a ser enfrentado logo nas primeiras horas da nova gestão, com o objetivo de gerar um fluxo ininterrupto de diálogo entre todos os envolvidos. Investir em alvos cujos resultados incluam o conselho, os profissionais e a sociedade. A grande novidade será o Gabinete on line com a participação ao vivo do presidente para acelerar o ritmo de respostas.
Aprimorar as ações da atual gestão – Ampliar o programa CRMV-SP Escuta, fortalecendo os vínculos conquistados, por meio de cursos, palestras gratuitas e presença em eventos. Fortalecer a certificação dos cursos de medicina veterinária e de zootecnia, bem como a Comissão de Representantes Regionais. A ideia é intensificar a ação dos Grupos de Apoio Mútuo, com sensibilidade às tendências na saúde mental. Além disso, participar ativamente nas manifestações que envolvem maus-tratos a animais.
Fiscalização – Combater o exercício ilegal das profissões e a concorrência desleal, entre outras práticas consideradas criminosas. Buscar o fim da impunidade por meio da conscientização e da educação da população. A fiscalização orientadora incentiva a competitividade e eleva o nível profissional pelo seu valor com bom senso, sem deixar de lado o foco legal. Para isso, capacitaremos os atuais fiscais e traremos outros já aprovados em concurso.
Legislação – Defender a profissão contra a exigência de farmacêuticos em dispensário veterinário. Regulamentar o atendimento veterinário em domicilio, bem como as propostas de segurança no uso do RX móvel. Atualizar a resolução que trata dos planos de saúde animal. Incentivar a incorporação do auxiliar veterinário ao sistema. Estimular os legisladores a apresentar um projeto de lei que regulamente o receituário médico-veterinário.
Exercício ilegal da medicina veterinária e da zootecnia – Promover ações conjuntas com a Anvisa/Mapa e assessorar os denunciantes junto às Delegacias de Polícia e ao Ministério Público. Implantar o Projeto “Aqui tem médico-veterinário” nos pet shops (que por força de lei não necessitam de responsável técnico) provocando o debate para alertar a sociedade sobre os riscos e direitos, para que o exercício ilegal das profissões seja transformado de contravenção em crime.
Capacitação dos profissionais buscando melhorar seus rendimentos – Enfatizar o auto-empreendimento nos cenários técnico, jurídico, tributário, humanístico, e promover o debate sobre como evitar processos éticos. Criar a Comissão Jovem direcionada para o profissional recém-formado. Essas iniciativas serão concretizadas reforçando as ferramentas que já possuímos, como por exemplo, os eventos on-line ou presenciais nas diversas cidades do Estado.
Ensino – Estruturação do embaixador acadêmico, para que os alunos sejam um elo entre o conselho e as instituições de ensino, interagindo com o sistema. Desenvolver ações para melhorar a formação acadêmica nos cursos no Estado. Incentivar a implementação do Exame de Proficiência, com o objetivo de priorizar a qualidade do ensino, o que se justifica pelo número de cursos autorizados pelo MEC, além de cobrar medidas para coibir o ensino à distância (EAD) na medicina veterinária e na zootecnia, fomentando, em contrapartida, atividades de estágio.
Zootecnia – Ampliar a participação dos profissionais junto às Comissões Assessoras, e maior inserção da categoria nas definições das normativas emitidas. Fortalecer a noção da relevância da profissão como uma das que contribuem, intrinsecamente, para o conceito de saúde única, melhorar a divulgação institucional da profissão e defender os direitos da categoria para elaboração de projeto que vise à criação do Conselho Federal de Zootecnia.
Clube de Negócios – Com a retomada da economia e o acesso aos dispositivos tecnológicos, surge a oportunidade para prestadores de serviços fidelizarem seus clientes por meio de parcerias. Esse clube de negócios busca se envolver nessa nova era de benefícios business to business, favorecendo nossas classes diante do seu potencial de consumo, facilitando a aquisição de bens, itens corporativos, veículos e equipamentos na rotina profissional, além de itens que envolvam seguro, saúde, educação e lazer.
6-Espaço para considerações finais
Chapa 3 – Evolução
As informações na íntegra sobre a chapa 3 Evolução estão disponíveis em nosso dossiê em nossas redes sociais. Nosso diferencial reside na priorização da imediata implementação de nossas propostas, aliada à nossa boa vontade política para execução, possibilitadas pela ausência de acordos prévios dos candidatos com qualquer tipo de entidade ou corporação. Será iniciado um movimento inexorável de mudança em prol das nossas carreiras durante essa gestão.
Chapa 4 – Inovar para transformar
A chapa 4 representa a experiência que gera a competência, e também o equilíbrio, com 60% de renovação entre seus componentes, aliados aos outros 40% que já conhecem as necessidades da gestão do CRMV-SP. Acreditamos ser possível derrubar muros, ajustar rotas e desenvolver caminhos e oportunidades. Tudo isso com a energia estimulada por um olhar humanístico, buscando agregar todos os envolvidos com humildade e confiança mútua. O novo tempo chegou. Em 10 de abril, vamos juntos inovar para transformar.
O site do CRMV-SP disponibiliza mais informações sobre ambas as chapas.
Cada médica(o)-veterinária(o) pode contribuir conhecendo melhor os candidatos, suas propostas, e, além disso, participando ativamente da gestão, independentemente de qual seja eleita, oferecendo seu tempo, seus conhecimentos, suas sugestões, nos eventos, nas reuniões e no dia a dia da entidade.
Desejamos que todos os colegas, eleitores e representantes das chapas, lembrem-se da oportunidade de servir e oferecer suas melhores atitudes, com consciência e leveza, para que a medicina veterinária possa crescer e melhor contribuir para a qualidade de vida de todos os seres.
Boas eleições a todos.