Pirataria veterinária no Brasil está colocando em risco a saúde de animais
Campanha alerta sobre os perigos desses produtos, traz canal de denúncias e busca a conscientização para evitar riscos à saúde de pets e de animais de produção
POR MARCELO BRANDÃO – 4 DE ABRIL DE 2022
A pirataria veterinária no Brasil pode estar colocando em risco a saúde do seu pet e a sua, através de animais que são produtores de alimentos que você consome.
O alerta parte do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), que lançou a campanha “Olhos Abertos “. O objetivo da campanha é alertar sobre os perigos desses produtos e dar dicas para evitar golpes por meio de vendas online, seja para os animais de produção ou de companhia (Pets).
De acordo com Emílio Salani, vice-presidente executivo do Sindan, a compra de produtos veterinários piratas é uma ameaça à saúde animal porque eles não são verificados pelos órgãos responsáveis por garantir a qualidade, segurança e eficácia.
“Os pets, por exemplo, cada vez mais são vistos como membros da família. Se você não daria um produto de caráter questionável para seu filho, por que daria ao seu animal?”, questiona Salani.
Ele complementa que, para animais de produção, esses produtos podem impactar negativamente o bem-estar, causar perda de produtividade, além de comprometer a qualidade do produto para o qual estes animais são os produtores.
Outra preocupação da campanha é o contrabando, já que a falta de registro pode fazer com que os produtos tragam substâncias danosas aos animais. E com o aumento de vendas de produtos veterinários online, a atenção se torna ainda mais necessária.
Denúncias e conscientização: como proteger os animais?
Desde o início da campanha, o sindicato recebeu diversas informações por meio do canal de denúncias. Os relatos são enviados de forma anônima ao Sindan que, por sua vez, repassa as informações às autoridades competentes.
O Sindan ainda colaborou com a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina) para a elaboração de uma cartilha destinada aos órgãos fiscalizadores, para que eles possam aprimorar o combate aos produtos ilegais.
“A solução para este problema está na conscientização. Precisamos interromper esse processo que tem um efeito dominó: prejudica o governo, a indústria e, principalmente, o consumidor, que é lesado ao efetuar uma compra e não obter o benefício daquele produto. Para isso, contamos com a ajuda dos órgãos governamentais”, afirma Salani.
No site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é possível acessar o sistema Sipeagro de registro e cadastro de estabelecimentos e produtos agropecuários. A página traz orientações sobre produtos, orientações legais, médicos veterinários cadastrados e outras informações.
Na plataforma, também é possível consultar o Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (Agrofit), que permite a consulta dos produtos agroquímicos registrados no Brasil.
Fonte:https://www.consumidormoderno.com.br/2022/04/04/pirataria-veterinaria-animais-pets/