O tutor, chave para o sucesso da imunoterapia em cães com dermatite atópica
Um estudo envolvendo veterinários da Espanha concluiu que o não cumprimento do tratamento pelo proprietário reduz a eficácia da imunoterapia específica com alérgenos em cães com dermatite atópica
Embora a eficácia da imunoterapia específica para alergênico (ASIT) no tratamento da dermatite atópica canina seja bem estabelecida, não está claro por que nem todos os cães apresentam a mesma resposta ao tratamento.
Para descobrir, um estudo publicado recentemente na prestigiada revista The Veterinary Record buscou determinar a relação entre a duração do ASIT e dois indicadores como a gravidade da doença e o uso de medicamentos concomitantes.
Participaram da pesquisa cientistas dos departamentos de Medicina e Cirurgia Animal e Farmacologia, Terapêutica e Toxicologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Autônoma de Barcelona,bem como da empresa LETIPharma.
A LETIPharma é referência nas áreas de alergia, dermatologia e imunologia e no tratamento de imunoterapia de alergia em animais de estimação. Assim, a empresa possui a linha letivet® de imunoterapias, que inclui tratamentos subcutâneos (Letivet Retardard) e tratamentos de aplicação sublingual (Letivet Oral) para o tratamento de dermatite atópica.
O ESTUDO ENVOLVEU 145 CÃES COM DERMATITE ATÓPICA
Foram coletados dados retrospectivos de 145 cães com dermatite atópica tratada com ASIT para o estudo. Para medir o cumprimento do tratamento em animais, os casos foram divididos entre cães tratados por menos de 12 meses e cães tratados por pelo menos 12 meses.
A efetividade do tratamento, determinada pela redução do escore de gravidade da doença (escala 0-10), foi comparada entre os dois grupos de cães e examinou as correlações entre o sucesso do tratamento e vários fatores relacionados.
Nesse sentido, os pesquisadores observaram que a duração do tratamento com ASIT estava “fortemente” relacionada à eficácia do tratamento. Assim, até 65% dos animais tratados por pelo menos 12 meses, melhoraram sua sintomatologia em mais de 50% e apenas 7% desse grupo não apresentou melhora. Em contrapartida, no outro grupo, apenas 22% melhoraram em mais de 50% e mais da metade (52%) não observou melhora.
Além disso, o estudo destaca que, em animais tratados há pelo menos 12 meses, observou-se maior redução de medicamentos concomitantes (87% dos casos) do que em animais tratados por menos de 12 meses (39% dos casos). De fato, até 52% dos animais que iniciaram o tratamento junto com qualquer tipo de medicamento, após um ano de imunoterapia não necessitaram de nenhum medicamento.
Em conclusão, os pesquisadores apontam que a falta de conformidade do proprietário é o principal fator que explica a redução da eficácia da imunoterapia específica com alérgenos.
Portanto, para melhorar esse aspecto e alcançar maior conformidade com o tratamento, o estudo observa que “veterinários e proprietários devem estar melhor informados sobre os mecanismos de ação do ASIT antes de iniciar o tratamento”.
Fonte: El propietario, clave en la inmunoterapia en perros con dermatitis atópica (animalshealth.es)