O bilionário mercado dos pets não tá nem aí pra crise

Au au! Setor vê mais pessoas adquirindo animais durante o isolamento social e prevê faturamento de R$ 37,5 bilhões.
Eles são fofos, peludos, companheiros e movimentam uma grana bilionária no Brasil. A indústria de animais domésticos mostra força mesmo na crise econômica causada pelo novo coronavírus, com previsão de crescer neste ano 6% e alcançar faturamento de R$ 37,5 bilhões.
A previsão é do presidente do Instituto Pet Brasil, Nelo Marraccini. “As grandes cadeias nacionais abrem todo o ano de 10 a 15 lojas cada uma. Acreditamos em crescimento vigoroso neste ano. Esperamos que no segundo semestre esta velocidade continue”, afirma.

O isolamento social parece ter contribuído para que mais pessoas tenham a companhia de cães e gatos. Karen Fujiwara resolveu investir em um parque indoor voltado apenas aos pets mesmo neste momento de crise. “A procura está sendo bastante alta porque muitas famílias pegaram os cachorrinhos agora.”
O comportamento de mais famílias com animais é observado também pelo diretor de marketing da Vetnil e um dos coordenadores do censo de pets realizado pelo Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal), Cristiano de Sá. Ele afirma que ONGs de São Paulo registraram aumento de 260% na adoção de bichos. Outro fator que contribuiu para a boa performance do setor foi o novo olhar dos tutores para cães e gatos. “Com mais tempo em casa, as pessoas passaram a observar melhor as necessidades dos pets e comprar mais acessórios e medicamentos, por exemplo.”
De acordo com o censo nacional mais recente realizado pela Comissão de Animais de Companhia do Sindan, 53% dos lares brasileiros têm a presença de cães ou gatos.
As entrevistas com 2 mil pessoas foram realizadas entre julho e novembro do ano passado. O censo indica a existência de 54 milhões de cães domésticos e 30 milhões de gatos. Para metade dos donos de pet, os bichos são como alguém da família ou até mesmo um filho.
O gasto mensal com esse integrante do lar não é baixo. De acordo com a pesquisa, os donos de cães desembolsam todo mês média de R$ 224 e dos gatos,
R$ 167,50, com serviços como banho e tosa, compra de alimentação e acessórios.

PERMITIDO ENTRAR COM HUMANOS NO PARQUE
No Cachorródromo, quem manda são os cães. O parque indoor montado para eles na Vila Guilherme, zona norte da cidade de São Paulo, tem piscina apenas para os bichos, lanchonete especializada no que a turma canina pode comer, creche, salão de beleza, espaços para festas e cenários para tirar fotografias. Muitas delas já vão direto para as redes sociais do cãezinho pop star. Tem até sorveteria para os bichos, com massa 100% natural, sem açúcar nem leite.
Os tutores encontram alguns espaços “human friendly” para alimentação na praça de food trucks e no lounge.

O destaque dos 2.500 metros quadrados de parque indoor é a piscina apenas para cães, com 120 metros de comprimento e diferentes níveis de profundidade.
Para entrar no Cachorródramo, os tutores precisam apresentar a carteira de vacinação em dia do animal.