"Infectado, não transmissor: como cães e gatos se tornaram vítimas do COVID-19" - Vetsapiens

“Infectado, não transmissor: como cães e gatos se tornaram vítimas do COVID-19”

15 de junho de 2020
Cães e gatos vítimas covid 19

“Nós que trabalhamos com animais de companhia já estamos muito conscientes sobre as doenças zoonóticas. O uso de vacinação e desparasitação para prevenir essas doenças em cães e gatos e, portanto, também proteger as pessoas, é uma constante no nosso trabalho.

Mas com a COVID-19 é diferente. Existem hipóteses concorrentes sobre a sua origem, incluindo a transmissão de animais (possivelmente morcegos ou pangolins) para as pessoas; talvez nunca saibamos a verdade. Mas desde o “caso zero” que ocorreu em Wuhan, China, a transmissão parece ter sido inteiramente de pessoa para pessoa. Exceto pelo fato de termos visto casos raros de infecção por SARS-CoV-2 em animais de companhia. É importante ressaltar que todos esses casos sugerem que a transmissão foi de um proprietário para seu animal de estimação e não o contrário; a pessoa estava doente e, alguns dias depois, seu animal mostrou sinais semelhantes ou foi testado positivo durante a quarentena por autoridades de saúde pública.  O termo “Zoonose reversa” é um termo usado raramente em animais de companhia, mas pode ser adequado ao COVID-19. É quando um animal é vítima de uma doença hospedada pela população humana; neste caso ele é que foi infectado, mas não é o transmissor.

Transmissores: “Cães e gatos podem transmitir SARS-CoV-2 para as pessoas?”

Até o momento, não há evidências de que os cães e gatos estejam desempenhando um papel epidemiológico significativo na disseminação de infecções humanas por SARS-CoV-2″(OIE). A evidência de transmissão de cães ou gatos para pessoas exigiria clareza sobre dois fatores; tempo de infecção e outras rotas de transmissão. Uma pessoa precisaria adoecer com COVID-19 depois que seu cão ou gato apresentasse sinais de infecção E todas as outras rotas possíveis de transmissão de pessoas precisariam ser excluídas. Pelo fato de estarem em contato com muito mais cães e gatos do que a maioria das pessoas, os veterinários e os trabalhadores em abrigos corriam maior risco desse tipo de transmissão. Felizmente, parece não haver maior prevalência de COVID-19 nessas forças de trabalho.

Com mais de 7 milhões de casos humanos em todo o mundo, temos uma abundância de evidências epidemiológicas complexas e inegavelmente valiosas sobre transmissão. O número extremamente pequeno de infecções de pessoas para cães e gatos e a falta de exemplos de transmissão para pessoas são significativos. Até o momento, cães e gatos não estão desempenhando um papel na transmissão do SARS-CoV-2 para as pessoas. Esses animais de companhia estão sendo vítimas dessa zoonose reversa; eles são (raramente) infectados, mas não transmissores.
Para acessar o artigo na íntegra, acesse: https://www.icam-coalition.org/infected-not-infectious-how-dogs-and-cats-have-become-the-victims-of-covid-19/ 
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