Empresas nos EUA faturam até US$ 18 mil por mês para limpar cocô de cães
Cachorros são fofos, boas companhias e considerados membros da família. Uma parte ruim dessa relação é limpar o cocô, principalmente se há muitos animais de estimação dentro de casa.
Alguns norte-americanos viram nisso uma oportunidade de negócio e criaram empresas que oferecem o serviço de remoção da sujeira de cães. Os preços variam de US$ 9,99 (R$ 38) a US$ 75 (R$ 285). O valor depende da periodicidade do serviço e da quantidade de animais.
Quanto mais animais na residência e mais visitas por semana, mais caro fica o serviço. Algumas companhias também cobram por hora. O americano Timothy Stone, 57, é um dos que atuam no segmento. Ele é dono da Scoop Masters Dog Poop Pick Up Service, em Los Angeles, na Califórnia (EUA). Ele disse à reportagem do UOL, por Skype, que decidiu montar o negócio porque queria ter mais tempo para o filho. Até então, ele trabalhava cerca de dez horas por dia como soldador.
“Vi que esse tipo de serviço estava dando certo em outras cidades, comprei um pegador de cocô [custa cerca de R$ 30 no Brasil], imprimi alguns panfletos e sai oferecendo o serviço pela vizinhança. As pessoas ficaram surpresas, pois não imaginavam que poderia existir esse tipo de trabalho, mas depois de uns meses a ideia pegou”, disse. Empresa tem 200 clientes regulares por mês Para fazer uma visita por semana e limpar o cocô de um cachorro, Stone cobra US$ 11,31 (R$ 43). Se a pessoa tiver dois animais, o serviço custa US$ 13,85 (R$ 52,62) por ida ao local. Caso o cliente feche com ele limpezas regulares, o empresário dá 10% de desconto.
A empresa, que é tocada por Stone, sua esposa e mais dois funcionários, tem cerca de 200 clientes fixos, além das centenas de esporádicos. O faturamento mensal, segundo ele, é de US$ 18 mil (R$ 68,4 mil). O lucro não foi revelado. A clientela, disse o empresário, chega por meio do site, das redes sociais ou é encontrada pelas andanças da equipe no subúrbio de Los Angeles. Além de residências, eles também atendem lojas. Há cerca de 500 empresas que pegam cocô nos EUA Stone falou que há 30 anos existiam apenas quatro ou cinco empresas iguais à dele nos EUA, mas hoje são cerca de 500 espalhadas pelo país. Basta digitar no Google ou outro buscar o termo “pooper scooper service”, algo como “serviço de remoção de cocô”, que centenas aparecem.
Uma delas é a Super Scoopers, em Dallas, no Texas (EUA), que cobra US$ 10,70 (R$ 40,65) por visita e por cachorro. Se na casa houver dois cachorros, o valor sobe para US$ 12,20 (R$ 46,35). Se forem três animais, o preço é US$ 14,20 (R$ 54). Já no pacote com duas visitas por semana há desconto de 10%.
A empresa foi criada pelo casal Allison and Brian Chesser em setembro de 2015. No site, eles escreveram que o foco do negócio é “tornar a vida mais fácil aos clientes, tirando o fardo da limpeza de cocô de cachorro de suas mãos, para que possam aproveitar seus pátios e seu tempo mais uma vez”. Outros exemplos de empresas do segmento são a PoopyDoo, no Arizona (EUA), com planos semanais de US$ 9,99 (R$ 38) a US$ 13,99 (R$ 53), e a Pet-King Pooper Scooper, no Illinois (EUA). Essa última, diferente das outras, cobra por hora. Uma visita única, de 60 minutos, custa US$ 75 (R$ 285).
Especialista fala sobre ideia no Brasil Para João Luis Moura, consultor do Sebrae-PR, qualquer serviço relacionado ao bem-estar do animal de estimação pode dar certo. Isso porque o mercado de pets, segundo ele, é próspero e dificilmente afetado por crises. Além disso, há uma mudança de comportamento na sociedade, caracterizada pela baixa taxa de natalidade e pelo crescimento no número de casas com pets. “Portanto, um serviço ou um produto que consiga facilitar a vida de quem tem um bichinho de estimação, como a limpeza de cocô, tem grandes chances de sucesso no Brasil”, afirmou. Moura disse, no entanto, que, apesar de o mercado estar aquecido, há muita gente nele e é preciso sempre sair do óbvio para se destacar. No Brasil, o ideal seria oferecer aos donos de pet um pacote completo de serviços. “Em vez de ofertar somente a remoção do cocô, por que não ofertar junto entretenimento para os cães ou mesmo algo para a saúde deles, como fisioterapia?”