Cães Labradores e retrievers com excesso de peso? Estudo aponta genes como razão - Vetsapiens

Cães Labradores e retrievers com excesso de peso? Estudo aponta genes como razão

12 de março de 2024

Uma mutação genética leva a que alguns Labradores e Retrievers de pelo curto tenham uma fome constante, enquanto queimam também menos calorias, de acordo com um estudo publicado na revista Science Advances.

Este efeito de “golpe duplo” significa que os tutores devem prestar atenção especial aos seus animais, de forma a mantê-los com o peso adequado.

A mutação foi encontrada em um em cada quatro Labradores e em dois terços dos Retrievers de pelo curto.

De acordo com Eleanor Raffan, docente na Universidade de Cambridge, os cães, assim como os humanos, têm genes que influenciam tanto o interesse pela comida quanto a taxa metabólica.

“Se recebermos uma carta genética que nos faz sentir fome ou querer comer sempre, será necessário um esforço maior para permanecermos magros”, disse a responsável, citada pela BBC News.

O estudo baseou-se em investigações anteriores sobre uma mutação num gene conhecido como POMC. Tanto o gene como a via cerebral que ele afeta são semelhantes em cães e humanos.

Os cães com esta mutação não só ficam com mais fome entre as refeições, como também usam cerca de 25% menos energia em repouso, o que significa que não precisam de consumir tantas calorias como outros cães.

“Os cães com esta mutação genética enfrentam um ‘golpe duplo’: não só querem comer mais, como também precisam de menos calorias porque não as queimam tão rapidamente”, afirmou Eleanor Raffan.

Os animais foram submetidos a vários testes, incluindo o teste da “salsicha numa caixa”, onde foram tentados com uma guloseima escondida que podiam ver e cheirar. Os cães com a mutação POMC esforçaram-se muito mais para chegar à salsicha do que os cães sem registo desta mutação, indicando terem maior fome.

Por sua vez, os Retrievers de pelo curto dormiram num espaço que media os gases que expiravam, revelando que, aqueles com a mutação POMC, queimaram cerca de 25% menos calorias do que os cães sem a mutação.

Segundo a análise, dois em cada três cães (34-59%) nos países desenvolvidos encontram-se acima do peso, tendo a raça Labrador os mais altos níveis de obesidade e demonstrado ser mais obcecado por comida do que qualquer outra raça.

Fonte: Raquel Murgeira – site Veterinaria Atual

 

 

 

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