Está localizada no Hospital Veterinário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, a primeira câmara hiperbárica para tratamento de animais. Com isso o país passa a ter o primeiro centro de pesquisa em terapia hiperbárica do mundo.
A modalidade serve para tratar lesões, doenças e preparação pré-cirúrgica dos animais, aumentando a chance de sobrevivência à operação. O método ainda é desconhecido da maioria dos profissionais e consiste em uma terapia auxiliar aos tratamentos convencionais, onde os pacientes são mantidos no interior de uma câmara hermeticamente fechada, com suprimento controlado de oxigênio puro a 100%
Para o professor Daniel Curvello de Mendonça Muller, do Departamento de Clínica de Pequenos Animais, da UFSM, o tratamento da terapia hiperbárica trará benefícios tanto na visibilidade das pesquisas, quanto na possibilidade de tratamento dos animais, além de todo o aprendizado pelos alunos. Ele explica que a utilização desse tipo de equipamento começou na Marinha, quando mergulhadores voltavam para a superfície, e formam bolhas de ar dentro da corrente sanguínea. “A alta pressão de oxigênio comprimia essas bolhas, e elas eram eliminadas. Essa câmara permite tratar o paciente, no nosso caso os pequeno animais, com oxigênio em alto pressão. A câmara é super segura, com várias válvulas sensores, permitindo a realização desse tipo de tratamento”, explica.
O serviço será oferecido após adaptações na sala onde a máquina foi instalada. O tratamento será utilizado apenas com indicações médicas, após todo o processo de consultas, exames e análise de cada caso.
Resultados comprovados
Em artigo publicado na Revista de Ciência Veterinária e Saúde Pública, pesquisadores avaliaram a utilização da oxigenoterapia hiperbárica no processo de cicatrização por mordedura em cão. Os resultados mostraram como o processo cicatricial de feridas foi acelerado com o equipamento. O trabalho relata o caso de uma canina fêmea, raça malinois de 4 anos vítima de ataque por mordedura, tratada com o auxilio da oxigenoterapia hiperbárica e a total remissão das lesões em 21 dias.
Outro estudo avaliou a utilização da técnica no tratamento de fasceíte necrotizante do prepúcio (infecção na genital) de um cão idoso, de 14 anos. Tratado com oxigenoterapia hiperbárica, a total regressão da lesão foi observada em 10 sessões hiperbáricas. O estudo pode ser visto aqui.