Vasculite cutânea refere-se à inflamação dos vasos sanguíneos na pele que resulta em fluxo sanguíneo alterado e necrose isquêmica da pele. A condição pode ser idiopática ou causada por: reação adversa de drogas, infecção, picada de inseto ou neoplasia. O tratamento deve incluir a identificação e tratamento da causa de base e reparar danos teciduais. Pentoxifilina é uma opção terapêutica (independente da causa) devido ao seu efeito de aumento da perfusão sanguínea e controle de inflamação.
Como a pentoxifilina tem um potencial início de efeito retardado, muitas vezes é combinada com outras drogas (por exemplo, glicocorticoides). Em um estudo retrospectivo, 9 dos 19 cães com vasculite foram tratados com pentoxifillina (10-20 mg/kg PO a cada 12 horas) monoterapia (1 cão) ou em combinação (8 cães) com prednisona (1,5-3 mg/kg/dia) com sucesso variável. Seis cães tiveram resolução completa, dois tinham resolução parcial e um não respondia. Dos 6 cães com resolução completa, 3 tiveram recidiva quando a administração da prednisona foi reduzida , sugerindo que a pentoxilina pode ser insuficiente quando usada como monoterapia para tratar vasculite. A dosagem e a frequência insuficientes poderiam explicar o sucesso limitado e a falta de resposta em 3 cães. Apesar dos relatos de sucesso variável, a pentoxifilina é frequentemente utilizada para o tratamento da vasculite.
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Dermatomiosite Familiar Canina
A dermatomisite familiar canina (DFC) é uma doença isquêmica herdada da pele, vasos sanguíneos e músculos que afeta predominantemente cães das raças Collie e Pastor de Shetland, no entanto, outras raças de cães também podem ser acometidas. As lesões ocorrem nos primeiros meses de vida e podem variar de alopecia, ulceração e atrofia muscular. DFC é incurável; muitos tratamentos têm sido tentados com sucesso limitado. Em estudo, 10 cães com DFC apresentaram resolução parcial ou completa de lesões cutâneas após receberem pentoxilina (25 mg/kg PO a cada 12 horas durante 12 semanas). O tempo médio para a resposta inicial foi de 6 semanas, o que corrobora com o fato que o início do efeito terapêutico é tardio (cerca de 4 semanas). Não foram observados efeitos adversos, incluindo anormalidades clinico-patológicas, apoiando ainda mais a relativa segurança da pentoxifilina em comparação com outras opções terapêuticas.
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Outras Dermatopatias Isquêmicas
A dermatopatia isquêmica refere-se a várias síndromes clínicas caracterizadas pela deficiência geral de nutrientes e oxigênio na pele, incluindo DFC, vasculite induzida pela vacina antirrábica, dermatopatia isquêmica associada à vacina, dermatopatia isquêmica associada à leishmaniose, vasculopatia cutânea familiar em cães Pastores Alemães, vasculite de bordas de pavilhões auricularese dermatopatia isquêmica idiopática. Em um estudo, 3 cães com vasculite induzida pela vacina antirrábica tiveram recrescimento parcial do cabelo de 12 a 16 semanas após receberem pentoxilina (15 mg/kg PO a cada 12 horas) combinados com prednisona (0,8-3 mg/kg/dia PO). Em estudo retrospectivo de 177 cães com dermatopatia isquêmica, a maioria dos cães (91,3%) foi tratada apenas com pentoxifylline ou como terapia aditiva, com uma dosagem média de 47,12 mg/kg/dia PO (faixa, 18-112,5 mg/kg/dia PO). Apesar do uso comum, não foi encontrada diferença entre cães tratados e cães não tratados com pentoxilina. Concluiu-se que a natureza retrospectiva do estudo e a variabilidade nos regimes de dosagem poderiam explicar esse achado. Estudos prospectivos adicionais controlados por placebo são necessários para determinar a eficácia da pentoxilina no tratamento de dermatopatias isquêmicas. Apesar das evidências limitadas na literatura, as propriedades da pentoxifylline poderiam ser favoráveis para o manejo de dermatopatias isquêmicas.
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Dermatite de contato alérgica
Dermatite de contato alérgica (DCA) é uma reação de hipersensibilidade do tipo IV. As causas relatadas da ACD em cães incluem a ingestão de plantas, medicamentos tópicos, detergentes, produtos de limpeza, fibras e plástico. A pentoxifilina inibe o fator de necrose tumoral α, que é um mediador importante na patogênese da DCA.A pentoxifilina (10 mg/kg PO a cada 12 horas) foi protetora na prevenção de sinais clínicos em 3 cães com alergia conhecida ao contato com plantas da família Commelinaceae. Um efeito clínico foi observado dentro de 2 dias após o início da terapia e persistiu por 7 dias após a interrupção da terapia. A duração do tratamento foi limitada a 3 a 5 semanas devido ao custo da terapia. Pentoxifilina tornou-se menos proibitiva de custos; assim, pode ser uma escolha razoável para a prevenção de sinais clínicos de DCA quando a evasão não é possível. As principais limitações deste estudo foram o número de cães incluídos e sua natureza retrospectiva. Investigações adicionais são necessárias para determinar a eficácia da pentoxifilina no tratamento da DCA.
Além dessas indicações, evidências anedóticas sugerem que a pentoxifilina pode ser útil para o tratamento de lúpus eritematoso vesicular, eritema multiforme, dermatite acral por lambedura e fístula metatarsal em cães Pastores Alemães. Evidências recentes que avaliam o uso de pentoxifilina no tratamento da arterite dérmica do filtro nasal e da onicodistrofia lupoide simétrica sugerem que esta droga pode ser um tratamento único ou aditivo eficaz no manejo dessas doenças. Faltam estudos clínicos controlados sobre a eficácia da pentoxilina. Devido ao seu custo relativamente acessível e efeitos adversos mínimos, pode ser uma opção terapêutico útil para condições dermatológicas nas quais são desejadas microcirculação melhorada e inflamação reduzida.
Leitura sugerida
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