BLOG – Você sabe como manejar a chamada “tríade felina”?  

A tríade felina é uma síndrome ocasionada por três afecções inflamatórias que podem ocorrer em conjunto, a colangiohepatite, a enteropatia crônica e a pancreatite, e essa síndrome se deve a vários fatores, entre eles as características anatômicas da espécie felina, onde a proximidade entre esses órgãos leva a uma maior suscetibilidade a processos inflamatórios concomitantes.

Como sabemos, existem certas particularidades nos felinos que contribuem para a ocorrência da tríade, como um intestino delgado relativamente mais curto, com uma alta carga bacteriana, além de um ducto pancreático que se une ao ducto biliar comum antes de entrar na papila duodenal, aumentando consideravelmente o risco de refluxo bacteriano e inflamação parenquimatosa.

Estima-se que 30 a 50% dos gatos com quadros de pancreatite ou colangite/hepatite também são diagnosticados com enteropatia crônica.

Quando estamos diante de um caso de tríade felina, geralmente os tutores relatam anorexia, prostração, vômitos e diarreia em diferentes graus.

E apesar de a anamnese e dos sinais clínicos serem inespecíficos em um primeiro momento, como hiporexia/anorexia; perda de peso; letargia; vômitos; diarreia; desidratação; dor abdominal; e icterícia, devemos sempre colocar em nossas suspeitas a tríade e começar a fechar nosso diagnóstico, excluindo outras causas prováveis como:

• pancreatite isolada.
• enteropatia crônica isolada.
• colangite isolada.
• hepatite.
• quadros de intoxicação.
• neoplasias abdominais
• infecções bacterianas ou virais isoladas.

Portanto, devemos iniciar nossa abordagem diagnóstica de forma ampla, solicitando os perfis hematológicos, a bioquímica sérica, enzimas pancreáticas, exames de imagem (Us abdominal, RX, etc.), glicemia, exames sorológicos para as principais doenças infecciosas, entre outros.

Apesar de ser possível excluir outras causas com essa abordagem inicial, o diagnóstico definitivo da tríade só pode ser fechado através do exame histopatológico destes órgãos.

É importante mencionar que o diagnóstico precoce é extremamente importante, mas nem sempre conseguimos realizar a anestesia e a biópsia dos pacientes de forma rápida.

E como podemos tratar essa condição inflamatória tão desafiadora?

O tratamento da tríade felina deve ser sempre individualizado, baseado na condição do paciente e no grau de inflamação em cada órgão envolvido.

Num primeiro momento devemos estabilizar o paciente e diminuir as chances de infecções bacterianas secundarias, iniciando com a fluidoterapia para corrigir a desidratação, desequilíbrio eletrolítico e apoiar a função renal; antieméticos como maropitant, ondansetrona, estimulantes do apetite, como mirtazapina, se necessário antibióticos de amplo espectro  (amoxicilina + ácido clavulônico, metronidazol; etc.), e se necessário uso de imunossupressores (prednisolona, ciclosporina), analgésicos (buprenorfina, gabapentina, maropitant), vitaminas e nutracêuticos,  etc.

Cuidados nutricionais – cuidados essenciais.

Além da terapia medicamentosa, os animais afetados pela tríade devem receber cuidados nutricionais como parte crucial de sua recuperação.

Com base em inúmeros estudos, sabemos que a dieta recomendada deve ser nutricionalmente completa, de alta digestibilidade, ser à base de proteínas hidrolisadas e que sua fonte de carboidratos seja especialmente selecionada, para poder ajudar no controle da inflamação intestinal e colaborar na remissão dos sinais clínicos deletérios do aparelho gastrointestinal.

A proteína hidrolisada é importante, pois além de ter uma alta digestibilidade, a hidrólise da proteína minimiza a resposta imunológica adversa aos alimentos. Portanto, incluir dietas com proteína hidrolisada pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos gatos afetados, reduzindo a inflamação intestinal e promovendo uma melhor absorção de nutrientes.

No mercado temos agora disponível um novo alimento seco, super recomendado, o Gastrointestinal Hydrolysed Protein da Royal Canin®, que foi especialmente desenvolvido para gatos adultos que necessitem de uma solução nutricional para compensar a má digestão e reduzir intolerâncias a ingredientes e nutrientes.

Esse alimento possui uma fórmula inovadora que oferece alto teor energético (quantidades diárias calculadas com 4.076 kcal EM/kg), quantidade balanceada de fibras e é capaz de atender ao paladar exigente dos felinos.

O alimento, o Gastrointestinal Hydrolysed Protein da Royal Canin®, é composto por proteína hidrolisada de soja de alta digestibilidade, que ajuda a reduzir o risco de sensibilidades alimentares que podem causar sinais gastrointestinais recorrentes, sendo vômito, fezes amolecidas ou diarreia os mais comuns.

Seu alto teor energético auxilia na redução da quantidade de alimento que deve ser oferecida por refeição, diminuindo, consequentemente, a sobrecarga intestinal. Além disso, a fórmula do  Gastrointestinal Hydrolysed Protein da Royal Canin® é composta por ingredientes altamente digestíveis, juntamente com fibras balanceadas, incluindo prebióticos, que visam favorecer a saúde digestiva e o equilíbrio do trânsito intestinal.

Em um estudo realizado pela Royal Canin®, envolvendo a mudança da dieta de 14 casos clínicos de gatos com desordem gastrointestinal por um período de 2 meses, com o objetivo de avaliar eficácia, tolerância digestiva e palatabilidade do alimento Gastrointestinal Hydrolysed Protein, foi obtido que:

• todos os pacientes apresentaram melhora clínica.
• todos os gatos aceitaram prontamente a dieta;
• 93% dos tutores relataram aumento da qualidade de vida dos seus animais.
• 79% de aumento na interação e 57% de aumento na atividade física dos gatos.

Além da indicação para alimentação da tríade felina, o alimento Gastrointestinal Hydrolysed Protein pode ser prescrito para casos de:

• gastrenterites advindas da alergia alimentar como causa primária.
• gastrenterites advindas da enteropatia crônica como causa primária.
• insuficiência pancreática exócrina (IPE)
• pancreatite.

A dieta  Gastrointestinal Hydrolysed Protein da Royal Canin® pode ser utilizada por toda a vida.

A única contraindicação é para felinos em fase de crescimento e para gatas em fase de gestação e lactação.

Se você está diante de um quadro de tríade felina, inclua a mudança alimentar como parte de sua estratégia terapêutica e use uma ferramenta coadjuvante poderosa na recuperação de seu paciente felino.