Um único raio matou quatro gorilas da montanha ameaçados de extinção
12 de fevereiro de 2020
A morte de quatro gorilas raros representa uma enorme perda para a espécie.
Renata Mendes
Um único raio matou quatro gorilas da montanha no Parque Nacional do Gorila Mgahinga de Uganda, no continente africano. Dentre os animais atingidos estavam três fêmeas adultas e um filhote macho. Os animais entraram no Parque em agosto do ano passado, juntamente com outros 13 gorilas, segundo declaração da Colaboração Transfronteiriça da Grande Virunga – GVTC.
“Analisando as lesões graves presentes no exame pós-morte, a observação de campo e a história, a causa provável de morte dos animais provavelmente é eletrocussão por raios”, afirmou o comunicado. O grupo ainda apontou que o quadro será confirmado em duas a três semanas, após exames de tecido dos gorilas. Os outros restantes parecem estar saudáveis e continuarão sendo monitorados.
A World Wildlife Foundation, aponta que o gorila da montanha (Gorilla beringei beringei ), é uma subespécie de gorila oriental, que vive em elevações de 2.400 a 4.000 metros na bacia do Congo, na África. Apenas mais de 1.000 indivíduos permanecem em estado selvagem, o que torna a perda de qualquer gorila extremamente prejudicial à sobrevivência da espécie, de acordo com a GVTC.
O portal Live Science destaca que a morte causada por raios não é algo incomum para animais silvestres. Após a queda do primeiro raio, a descarga elétrica chega o solo e pode atingir qualquer um que esteja por perto. A energia então, passa por uma das pernas, depois pelo corpo e por fim chega na outra perna. Isto significa que bichos com uma grande separação entre os pés podem sofrer ferimentos mais graves do que outras espécies.
Desta forma, um simples raio é capaz de matar uma grande quantidade de animais. Em 2016, por exemplo, mais de 300 renas morreram após uma forte tempestade. Seguindo o modo que provavelmente os gorilas morreram com uma corrente elétrica no chão.
Nas últimas décadas, a população de gorilas da montanha caiu significativamente por conta de doenças, guerras, caças e destruição de habitats. Dados da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), indicam que em 2008 restavam somente 680 indivíduos. Graças aos esforços do grupo, o número subiu para 1.000 em 2018, o que fez a subespécie passar de “criticamente ameaçada” para “ameaçada”.
Mesmo com os avanços, os gorilas das montanhas ainda correm sérios riscos de extinção. A morte dos quatros gorilas na Uganda é tratada com muita tristeza para membros do GVTC. O potencial das três mulheres por sua contribuição para a população era imenso”, declarou Andrew Seguya, secretário executivo do GVTC, à BBC News.