Associação Veterinária pede por uma nova abordagem para o manejo da obesidade em cães e gatos
A “Association for Pet Obesity Prevention“(APOP) lançou uma iniciativa que pretende mudar a forma como os profissionais veterinários abordam a questão da obesidade em animais de companhia, promovendo uma abordagem mais compassiva e eficaz sobre esta condição em crescimento.
De acordo com a Associação, a obesidade em cães e gatos é “um problema de saúde significativo”, associado a múltiplas complicações, como doenças cardíacas, diabetes e artrite. Tradicionalmente, o termo ‘obeso’ tem sido usado para descrever animais com excesso de gordura corporal. No entanto, a APOP destaca que este termo tem conotações negativas que podem ser estigmatizantes e emocionalmente perturbadoras, nomeadamente para os tutores.
Desta forma, a APOP afirma que, em vez de rotular os animais como ‘obesos’, recomenda o uso de frases como “sofre de obesidade” ou “um animal de companhia com obesidade”. Segundo a Associação, esta mudança sutil, mas significativa, coloca o foco no estado da doença e não na aparência física, evitando culpar o tutor pelo estado de saúde do animal.
“Esta terminologia reconhece a obesidade como uma condição metabólica e um estado de doença, semelhante à forma como o cancro é abordado na medicina veterinária”, refere na APOP.
A associação enfatiza ainda que a obesidade em animais de companhia “é uma doença complexa”, que vai além das escolhas em relação ao estilo de vida, dieta ou exercício físico.
Fatores como genética, microbioma, desequilíbrios hormonais e outros fatores biológicos também desempenham um papel crucial nesta condição de saúde.
Ernie Ward, fundador da APOP, explica que a utilização de termos menos críticos “é crucial para manter um relacionamento positivo entre veterinário e tutor”.
A APOP pretende incentivar os profissionais veterinários e a indústria de cuidados para animais de companhia a adotarem esta terminologia no uso clínico, marketing e campanhas de media.
“Esta mudança não é apenas uma questão de semântica, mas um passo crucial para deixar de parte o estigma da obesidade nos animais e promover uma abordagem mais centrada na saúde e bem-estar do paciente”, enaltece a Associação.
Fonte: Veterinária Atual – PT