Componente da cúrcuma associada à terapia com luz se mostra eficaz contra a leishmaniose
24 de janeiro de 2022
Uma pesquisa publicada na revista Antibiotics mostra que o uso da curcumina, substância encontrada no açafrão-da-terra (Curcuma longa), aliada à terapia fotodinâmica foi eficaz na redução da carga parasitária e até na eliminação do protozoário Leishmania. O resultado aponta um caminho para futuras pesquisas em humanos buscando tratamentos mais eficazes e direcionados para a leishmaniose. A pesquisa teve participação de cientistas de São Carlos.
O estudo, que teve apoio da Fapesp, aponta que aplicações de curcumina associada à irradiação de LED azul conseguiram inativar células do sistema imune (macrófagos) infectadas com Leishmania braziliensis, a espécie mais comum no país, e Leishmania major.
A terapia fotodinâmica (TFD) consiste em um processo químico decorrente da interação de luz, oxigênio e um fármaco sensível à luz (fotossensibilizador). Baseia-se na administração de um composto fotossensível, na forma de pomada ou injetável.
Após um determinado período, o tecido é irradiado por uma fonte de luz, com determinado comprimento de onda, dependendo do composto usado. A luz torna esse composto mais energético, possibilitando que ele reaja com o oxigênio presente na célula, levando-a à morte.
“A curcumina apresentou boa distribuição nos macrófagos, bem como nos amastigotas [uma das formas do parasita] dentro deles, nas concentrações testadas, após uma hora de incubação. A TFD com curcumina foi capaz de reduzir a viabilidade de amastigotas dentro dos macrófagos, além de alterar sua atividade mitocondrial, o que resultou em impacto significativo na morfologia dessas células, causando intensa destruição”, concluem os pesquisadores da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos.
FONTE: SBMT – Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, BSTM – Brazilian Society of Tropical Medicine
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