Fisioterapia Animal – principais indicações
A fisioterapia veterinária é uma modalidade de tratamento em constante evolução no Brasil, principalmente pela crescente qualificação de profissionais na área e da chegada de novos equipamentos ao país. Basicamente, ela se utiliza de técnicas e exercícios de forma adaptada à
fisiologia, biomecânica e fisiopatologia dos pacientes.
De forma geral é indicada para o tratamento de distúrbios ortopédicos e neurológicos, além de retardar o avanço de enfermidades e proporcionar melhorias para as condições de vida dos animais.
Como funciona a Fisioterapia Animal e quais as principais indicações?
“A fisioterapia compreende um conjunto de procedimentos e técnicas de reabilitação que proporcionam benefícios como fortalecimento muscular, melhora do equilíbrio, da amplitude articular e também no controle da dor, sendo então indicada em várias enfermidades ortopédicas (fraturas, luxações, artroses, malformações), e neurológicas (mielopatias, neuropatias), sendo benéfica tanto antes quanto após a realização de procedimentos cirúrgicos”, explica a cirurgiã veterinária e docente da USP, Maria Claudia Campos Mello Inglez de Souza.
“É também essencial em muitos pacientes que estão sob cuidados paliativos, como os que não deambulam, ou que sofrem de processos patológicos que cursam com dor importante”, completa.
No caso dos cães, os problemas mais comuns em que a fisioterapia é indicada são as discopatias, artropatias e reabilitações pós-operatórias de intervenções ortopédicas variadas. Pode ainda ser valiosa como adjuvante no controle da obesidade. Já para os felinos, a fisioterapia é mais comumente indicada para casos de reabilitação de condições traumáticas como fraturas e luxações, mas também nos quadros de artroses, especialmente em animais mais idosos.
A Fisioterapia ainda pode ser aplicada como tratamento paliativo em pacientes oncológicos ou terminais, por meio de técnicas variadas que auxiliam na manutenção de massa muscular, controle da dor, prevenção da rigidez articular, e até mesmo na prevenção ou tratamento de úlceras de decúbito.
Como deve ser conduzido o processo de fisioterapia?
O processo de fisioterapia deve ser conduzido por profissionais veterinários capacitados, com formação em fisioterapia veterinária e treinados para indicar as modalidades corretas para cada paciente. Técnicos podem auxiliar no processo, mas a determinação de protocolos, avaliação e reavaliação dos pacientes devem ser realizadas por um Médico Veterinário habilitado.
Além disso, é importante frisar que o sucesso da reabilitação depende também do empenho e dedicação dos tutores, sendo necessárias as devidas orientações para o acompanhamento de todo o processo. “Os tutores, além de cumprirem com as sessões recomendadas, podem fazer algumas atividades em casa, ajudando no processo de reabilitação como um todo”, explica a Dra. Claudia Inglez.
Existem casos em que a falta de colaboração de tutores acaba levando a atrasos no tratamento e maior desconforto para o animal durante as sessões.
Como os animais reagem às sessões?
De forma geral, os animais costumam reagir positivamente durante as sessões de tratamento. Mas animais mais ariscos, assustados ou ferozes podem exigir alguns cuidados especiais.
“Existem algumas técnicas de dessensibilização e contra-condicionamento que podem ser utilizadas para animais amedrontados ou agressivos. Um ambiente tranquilo e seguro deve ser proporcionado”, recomenda a Dra. Claudia Inglez, “deve ser dada uma atenção especial à linguagem corporal do paciente (posição de orelhas, cauda, olhar), que pode revelar seu estado emocional. Deve-se criar uma associação tanto da presença do fisioterapeuta quanto dos procedimentos a serem realizados com algo positivo (um bom petisco, brinquedos, a presença do tutor)”.
Casos mais extremos podem requerer ainda o auxílio de um outro especialista. “Pode ser necessário o auxílio de um profissional especializado em comportamento animal para o melhor sucesso do processo”, conclui a Dra.
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