Felv, a doença infecciosa que mais mata gatos no Brasil
A FeLV, ou leucemia felina, é bastante conhecida por ser uma doença que atinge felinos em todo o mundo, sendo também uma das principais causas de morte em gatos. Nos Estados Unidos a prevalência da doença é de 2% em gatos saudáveis e de 30% em gatos de alto risco e doentes.
No Brasil não temos muitos estudos que demonstrem a prevalência nacional, uma vez que a testagem é voluntária e devido a ausência de um órgão central de coleta de dados. Estudos com abrangência de diversos Estados brasileiros, encontraram uma prevalência de 6,2% e 5,3%, respectivamente. Mas esses dados podem apresentar uma grande variação de acordo com o estudo.
No entanto, estima-se que o FeLV causou pelo menos um terço de todas as mortes relacionadas a tumores em gatos no país; muitos outros gatos morreram de anemia associada ao FeLV ou doenças infecciosas como resultado dos efeitos supressores do FeLV na medula óssea e no sistema imunológico, respectivamente.
O que é FelV?
A doença é causada por um vírus que age lentamente, mas compromete o sistema imunológico do gato. Assim, o pet se torna vulnerável a diversas outras infecções secundárias. O vírus foi descrito pela primeira vez em 1964 por William Jarret Vírus e colaboradores que encontraram partículas virais ligadas à membrana de linfoblastos em um gato com linfoma.
O FeLV pertence à família Retroviridae, gênero Gammaretrovirus. O vírus apresenta envelope lipoprotéico e material genético RNA fita simples. O RNA é transcrito em DNA (provírus) pela RNA polimerase viral Transcriptase reversa (RT) e é integrado ao genoma celular. O FeLV é classificado em quatro subgrupos, FeLV-A, B, C e T, identificados geneticamente.
Como ocorre a transmissão?
A FeLV é transmitida através do contato próximo entre gatos. A concentração viral é alta na saliva, sendo esse o principal modo de transmissão. O vírus também está presente no sangue, lágrimas, urina, fezes, secreções nasais e leite. Normalmente, a transmissão ocorre por via oronasal, mas os gatos também podem ser infectados por feridas causadas por mordidas, compartilhar pratos de comida e água, pelo uso da mesma caixa de areia e por gatos que se lambem mutuamente.
“As gatas infectadas podem transmitir o vírus aos filhotes por via transplacentária ou por meio da amamentação”, explica a Dra. Paola Lazaretti, mestra com ênfase em nefrologia pela USP. “A transmissão também pode ocorrer através da má-prática médica por meio de fômites, transfusões de sangue, agulhas contaminadas, instrumentos cirúrgicos ou odontológicos”, completa.
Como deve ser feito o diagnóstico da FeLV?
“O diagnóstico de FeLV pode ser difícil devido aos diferentes cursos de infecção”, explica a Dra. Paola Lazaretti, “além disso, a interação entre o vírus e o sistema imunológico pode mudar ao longo do tempo, dependendo de vários fatores (por exemplo, idade, função imunológica, pressão infecciosa, patogenicidade da cepa do vírus, variabilidade genética do vírus ao longo do tempo)”.
“Embora os testes de infecção por FeLV possam detectar a presença do vírus (por exemplo, antígeno FeLV, DNA do FeLV) ou anticorpos, eles não podem ser usados para diagnosticar linfoma ou leucemia”, continua, “esses testes não podem determinar se um gato tem doença associada ao FeLV porque os sinais clínicos em gatos infectados pelo FeLV podem ser secundários ou completamente não relacionados ao FeLV”.
A maioria dos testes disponíveis detecta o vírus diretamente, com exceção dos testes de anticorpos introduzidos recentemente (isto é, método de detecção indireto). Os testes diretos de infecção por FeLV não são influenciados por anticorpos maternos, portanto, gatinhos (incluindo recém-nascidos) podem ser testados em qualquer idade. As vacinações de FeLV não causam um resultado positivo em testes diretos de FeLV.
Os testes podem variar no valor diagnóstico, particularmente os testes de ponto de atendimento (TPAs) realizados nas clínicas, e os resultados devem ser confirmados por outros métodos ou pela repetição do teste, idealmente usando uma marca diferente
A vacina contra FeLV é eficaz? Qual a melhor forma de prevenção da doença?
“As vacinas contra felv apresentam 70% de eficácia na prevenção de infecções”, explica a Dra. Paola Lazaretti.
No entanto, Outras medida importantes na prevenção da leucemia viral felina são:
- Manter gatos FeLV-positivos dentro de casa e longe de gatos FeLV-negativos.
- Não permitir que gatos FeLV-positivos compartilhem caixas de areia ou tigelas de comida com gatos não infectados.
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Fontes:
https://www.vetprofissional.com.br/artigos/felv-a-doenca-infecciosa-felina-que-mais-mata-no-brasil
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