No Dia Nacional do Doador de Sangue, CRMV-RS destaca que cães e gatos também podem salvar a vida de outros pets
O Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado em 25 de novembro, além de agradecer a quem pratica o ato, também busca sensibilizar a população quanto a importância da doação. Novembro não foi escolhido à toa. De acordo com o Ministério da Saúde, o mês precede um período de estoque baixo. “Se o volume coletado nos bancos de sangue humano ainda é insuficiente, imagine, então, nos bancos dos pets”, adverte Lisandra Dornelles, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS).
Por isso, o CRMV-RS se vale do Dia Nacional do Doador de Sangue para alertar tutores de cães e gatos que depende de eles atenderem a campanhas dos bancos de sangue veterinário, pois a doação tem que ser voluntária. Para poder doar, da mesma forma que acontece com as pessoas, os pets devem obedecer a alguns critérios (veja as especificações abaixo).
Antes de cada doação, o histórico do doador também é verificado por meio de testes de controle laboratoriais. Dessa forma, além de estar ajudando a salvar a vida de outro animal, o doador ganha um checkup gratuito. Entre os principais motivos para necessitar de transfusão, estão atropelamentos, acidentes com picada de animais peçonhentos, intoxicação ou doenças.
O processo de retirada do sangue leva cerca de 15 minutos, e é acompanhado de perto por médicos veterinários de forma a garantir o bem-estar durante o procedimento. Os riscos para o doador são mínimos. O animal pode ficar mais quieto e sentir um pouco de fraqueza nas primeiras 24h.
Depois da coleta, acontece a verificação para saber se o sangue é compatível com o de quem necessita da transfusão. Assim como os humanos, os animais precisam receber o mesmo tipo sanguíneo que o seu. Caso contrário, estão sujeitos a graves reações.
O tutor é orientado a evitar que o pet doador faça exercícios físicos intensos por alguns dias, e precisa estimular que ele beba muita água e se alimente com ração. O intervalo recomendado entre as doações é de cerca de 3 meses.
O doador canino deve:
- Ter idade entre 1 a 8 anos;
- Pesar acima de 28 kg;
- Ser vacinado anualmente contra doenças infecciosas importantes como raiva, cinomose, hepatite infecciosa, leptospirose, parvovirose e coronavirose;
- Apresentar temperamento dócil;
- Não ter nenhuma doença pré-existente, transfusão prévia ou cirurgias nos 30 dias anteriores à doação;
- Não fazer uso de medicação contínua;
- Estar com controle de pulgas e carrapatos em dia;
- Não estar no cio ou ter saído há um mês.
O doador felino deve:
- Ter idade entre 2 a 8 anos;
- Pesar acima de 4,5 kg (tamanho proporcional);
- Ser vacinado anualmente contra doenças infecciosas importantes, como FIV e FeLV, e ser negativos para PIF;
- Estar com o controle de pulgas e carrapatos atualizado;
- Não estar no cio ou ter saído dele há um mês;
- Não apresentar doença ou transfusão prévia.
Benefícios para o animal doador:
Depois da doação, os bancos destinam amostras para exames, que são gratuitos:
- Hemograma completo
- Contagem de plaquetas
- Ureia e creatinina
- Brucelose
- Leishmaniose
- Dirofilariose
- Erliquiose
- Babesiose
- Doença de Lyme
- Febre maculosa
- FIV e FeLV (gatos)
- Mycoplasma haemofelis (gatos)
Fontes: Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias (LACVET) da Faculdade de Veterinária da UFRGS e Faculdade de Medicina Veterinária do Grupo Educacional Unis