Instituto Butantan, em SP, recebe naja que picou estudante de veterinária no DF
E mais 6 cobras exóticas que foram apreendidas
Sete serpentes foram apreendidas em Brasília e transferidas para instituto de São Paulo nesta quarta-feira (12).
Por G1 SP
O Instituto Butantan, em São Paulo, recebeu nesta quarta-feira (12) a cobra da espécie naja que picou o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck Lehmkuhl, de 22 anos, em Brasília.
De acordo com a Polícia Civil do DF, o jovem criava a cobra em casa ilegalmente e tinha, pelo menos, 18 serpentes. Ele foi preso em 29 de julho, por suspeita de tentar atrapalhar as investigações. Dois dias depois, no entanto, foi solto após conseguir um habeas corpus. Um amigo de Pedro também chegou a ficar dez dias preso, suspeito de obstrução das investigações.
Além da naja kaouthia, outras seis serpentes exóticas aprendidas na capital federal também foram transferidas para São Paulo nesta quarta. Entre elas, uma víbora-verde-voguel. Os animais estavam no Zoológico de Brasília.
Segundo o Instituto Butantan, a naja kaouthia e a víbora-verde-voguel são espécies peçonhentas. Já os outros cinco animais são chamados de cobras-do-milho (corn snake), que não são peçonhentas, ou seja, não produzem peçonha (veneno).
No Instituto Butantan, as serpentes recém chegadas serão registradas, passarão por exames clínicos gerais e entrarão em quarentena por um período de 30 a 40 dias. Somente após esse processo é que será definido se esses animais poderão ser destinados para exposição no Museu Biológico ou para atividades científicas e de educação ambiental.
“O Butantan tem um papel atuante em casos como este. Não somos uma entidade fiscalizadora, mas sim de apoio aos órgãos responsáveis. Isso se dá por conta do nosso trabalho histórico com animais peçonhentos e venenosos. Há muitos anos que o instituto trabalha junto ao Ibama e Policia Ambiental no recebimento de animais apreendidos, tanto da fauna brasileira, como da fauna exótica”, disse Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico.
Cobra vinda do Zoológico de Brasília para o Instituto Butantan, em São Paulo. — Foto: Divulgação
Atualmente o Butantan já mantém uma outra cobra naja kaouthia em exposição no museu da instituição, que foi transferida em 2017 após ser encontrada em Balneário Camboriú (SC). Na época, o envio foi viabilizado pelo Complexo Ambiental Cyro Gevaerd (Zoo Santur).
A cobra naja transportada do Zoológico de Brasília para São Paulo, onde ficará no Instituto Butantan. — Foto: Divulgação
Na última terça (4), o Zoológico de Brasília informou que não pretendia ficar com os animais porque a fundação prioriza espécies da fauna local e bichos contemplados por programas de conservação nacionais e internacionais.
Os animais foram transportados de avião, em caixas lacradas, forradas com papel e com furos para entrada de ar. O voo saiu do Aeroporto de Brasília em direção a Guarulhos.
Caso naja
O estudante Pedro Henrique Krambeck foi picado pela naja no dia 7 de julho. A cobra é considerada uma das mais venenosas do mundo e não havia soro antiofídico da espécie no Distrito Federal.
Os médicos e a família do estudante precisaram pedir o antídoto para o Instituto Butantan – único local que tinha o soro no país, para pesquisa. Pedro ficou seis dias internado em um hospital particular no Gama, sendo cinco em uma Unidade de Terapia Intensiva.
Em depoimento, a mãe e o padrasto do estudante disseram que sabiam da criação ilegal dos animais.